Criei muito bem o José Maria. Apesar de incompreendido por muitos, é uma criatura abençoada. Imagine, tomou uma suspensão no colégio só porque, de brincadeira, deu um choque no coleguinha. Nada de mais, o garoto sofreu apenas uma leve queimadura e perdeu uma partezinha insignificante do dedo.
Pobre José Maria… sofre perseguição. As vizinhas são outras que vivem implicando com o meu menino só porque ele tem mania de fazer experiências e, sem querer, acabou tacando fogo no varal comunitário. Pouco prejuízo, meia dúzia de calcinhas, algumas camisolas e outras coisas sem nenhum valor… com exceção da máquina de lavar… mas foi na maior inocência, claro. Elas não têm nenhuma empatia pelo pobre do José Maria, toda vez multiplicam o problema por dez.
O último acidente foi comigo. José Maria foi fazer um teste científico com o botijão de gás e, sem querer… cá estou, no outro mundo… e o pobre José Maria continua incompreendido pelo juiz que o condenou pela minha morte.